27/09/2010

Recursos: como e quando lançar mão de usa-los.

Uma coisa que eu sempre acreditei ao longo da minha curta existência é que provavelmente em algum momento da vida, você, eu ou qualquer um que seja vai precisar lançar mão de alguma carta na manga para finalizar uma questão pendente.


Não digo isso relacionando com troca de favores ou uso de sedução cafajeste; falo mesmo do tal recurso. Seja ele financeiro, afetivo, profissional, é aquela tal coisa que você sabe que a hora que precisar, vai estar lá para que você use.


Pois bem, porque esse blá blá todo? Simplemente para chegar num ponto que venho debatendo eu, comigo mesma e Irene (rsrsrs), a questão da manipulação.


Eu confesso que já manipulei algumas pessoas, umas de caso pensado e outras como diz uma amiga, sem querer nadinha... Tá, ok, beleza.
Mas também digo com letras imensas: EU JÁ FUI MANIPULADA! Manipulação infantil, coisa que eu e a maioria das mães do mundo são vitimas diariamente. Ai que tormento, tem que se virar nos trinta pra resolver isso com leveza, bom humor e principalmente não cair na chantagem dos pequeninos.


Pra tentar chegar ao equilibrio desse texto mega confuso, vou contar uma coisa e ai vocês vão saber identificar exatamente o tal recurso que falei lá no começo.


Hoje, eu recebi uma ligação de uma senhora que é familiar de um dos assistidos que eu atendo na ONG. Essa senhora, nós da equipe técnica já concluimos que possui problemas de ordem psiquica e/ou mental. Todas as vezes que a atendemos ela chora, muda de humor facilmente, não assimila as idéias apresentadas e o principal, desorganiza os pensamentos o que fica terrívelmente complicado para refazer depois. Resumindo: Ela teve o filho desaparecido, hoje em dia já encontrado porém precisa de um pouco de tempo para voltar para casa, coisas relacionadas a segurança da habitação e mapeamento de rede psicosocial para esse assistido.


Nessa ligação, o real interesse da senhora era que eu fosse até ela, para então buscar o filho na entidade onde ele se encontra para que o mesmo fosse avaliado pelo profissional local, tendo em vista que sem avaliação existirá a perda do beneficio (ou seja dinheiro) que o menino recebe.


Eis que ai ela usou do seu maior recurso para tentar em dissuadir. Chorou, disse que precisa do filho mas não pode ficar sem o dinheiro... Cada um com as suas razões!


Uma coisa é certa, ela sabia exatamente o que deveria falar para me comover (isso na cabeça dela). Usou o recurso sentimental, tentando me sensibilizar... Só para o azar dela, eu não cai. Consigo enxergar exatamente qual o momento exato da manipulação. Mas uma coisa é certa, errada ela não está; cada um se utiliza e se empodera com as armas e os recursos que tem.


Vivendo e aprendendo a perceber.




Beijos

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